Saúde e Natureza
"Quando a gente gosta, é claro, que a gente cuida!' A expressão aparentemente simples da musica de Caetano, inaugura a crônica da semana para exaltar o junho verde - mês dedicado à campanha pela defesa do meio ambiente. Não estamos sozinhos no planeta. Estamos acompanhados de outros seres da nossa, e de outras espécies. Somos privilegiados por essa oportunidade de ocuparmos uma Terra tão diversa, com alta complexidade de biomas. Ecossistemas tão ricos e distintos, determinantes para a configuração dos aspectos climáticos, e do nosso próprio desenvolvimento humano. Nos damos conta na medida certa desses fatores? Será que cuidamos e amamos verdadeiramente tudo isso? Como anda a nossa relação com a natureza? Compreendemos o quanto ela se concilia com a nossa saúde? A saúde da natureza, e a nossa saúde se conectam. E a consciência ambiental também é uma etapa de cuidado com a nossa própria vitalidade. Ame. Ame a vida. Ame a natureza. E fale que ame, mas não da "boca pra fora" Ao som de Caetano, acesse o artigo. Não estamos sozinhos. E sempre poderemos mais, por nós e por todo planeta.
Somos todos, natureza. Mas, quantos de nós andamos na mata invertida, na selva de pedras? Selva da modernidade, do egoísmo, do consumo inconsciente. Da vida escravizada pelas telas. Somos causadores e produto dessa era antropoceno. Sobreviventes da sociedade cinza. E na encruzilhada, atravessamos crenças engasgadas, encontrando na avenida digital a concentração de vidas "conectadas apenas na superfície".
Nessa selva, implante de desejos vazios. Sonhos? Esquecidos. Desequilíbrio emocional, fisiológico, psicológico . A saúde? Tem muitos nomes, formatos e donos. A doença? Causa fatais do não saber viver. Normose do status quo que desagrega e desintegra. Uma cadeia alimentar onde animais da mesma espécie são capazes de se desfavorecer. Falta amor. Falta fauna. Falta flora.
Mas tudo isso tem cura. O reencontro com a "verdadeira selva" faz a restauração da vida acontecer.
Você sabia que nosso contato com o verde pode facilitar a recuperação de doenças, influenciar nosso sistema imunológico, reduzir quadros de estresse e ansiedade e promover a boa longevidade? Nossa aproximação com a natureza também estimula novos níveis de consciência.
Dar crédito a tais ganhos e elevar esse reconhecimento, nos capacita para a plena compreensão de valor do meio ambiente. Sobre a relação de troca sustentável que precisamos estabelecer com a natureza. Promover sua conservação, tem relação direta e profunda com a qualidade da nossa vida e da nossa saúde.
As atitudes humanas transformaram em grande escala as configurações que regem o fluxo do nosso planeta. As mudanças provocaram desequilíbrio e causaram danos já conhecidos e riscos reais de sobrevivência. Nos tornamos uma espécie devastadora mas, continuamos romantizando o consumo.
Nosso comportamento de vida, pautado no desperdício, na devastação, na extinção e na poluição, não se corresponde a uma ordem de evolução natural, mas sim, desproporcional. Somos uma raça acumuladora, que despreza outras formas de vida, agravando a própria solidão e adoecimentos.
Carecemos de transcendência. Carecemos de natureza.
Ao redor do mundo, médicos já prescrevem a natureza como tratamento terapêutico. Cientistas de Universidades como Harvard, confirmam a gama de benefícios em tempos ampliados em ambientes verdes . Aqui no Brasil, iniciativas de pesquisa do Hospital Albert Einstein, Fiocruz e IBE, intensificam os favorecimentos que a natureza pode promover ao nosso bem-estar físico e mental.
Nossa aproximação à natureza promove qualidade de saúde e ajuda no cultivo de reflexões. Nos convida estabelecer relações mais cuidadosas com esse meio, conosco e uns com os outros.
Como escolhemos sustentar nossa existência como espécie em comunidade daqui em diante?
Que junho estimule suas iniciativas de saúde, novas escolhas individuais, e a consciência de cuidado ambiental. Quando conseguirmos, coletivamente, compreender as dinâmicas de correspondência, subiremos novos degraus na evolução. Pelo verde, pela vida.