Ritmos do Horizonte

24/06/2024

"Você tem fome de quê?" A Banda Titãs ao cantar, dizia que "a gente não quer só a vida, quer a vida, como a vida quer." É nesse ritmo que me direciono hoje. Qual é mesmo nosso horizonte? Pensamos demasiadamente. Excitados, consumidos e consumados, subsistimos. Os índices mundiais de ansiedade não nos deixam mentir. Estamos tão ocupados no imaginário o quão melhor (ou não) pode ser o futuro, que não preenchemos lugar algum. Nos perdemos tanto, que geramos um sofrimento mental paralisante, nos ausentando do agora, de nós mesmos, das pessoas que coexistem conosco. Nos distanciamos da simplicidade, da capacidade de observação, da presença. Frequentemente estamos famintos, corridos e cansados. A semana começa. O celular desperta. É a cada respiração, nova oportunidade. Cultivar a ideia de que a experiência de estar vivo, é realmente linda, é uma habilidade estimulante. É possível sonharmos e realizarmos o mundo que a gente pode ter. Nossa longevidade, saúde e bem-estar dependem desse sentimento. Nesse artigo, alguns pensamentos para criar mundos possíveis, realidades singelas, que materializem ritmos mais fluidos, mais humanos, e mais sustentáveis. Boa leitura

A melodia da musica - Comida - me veio em mente ao assistir o filme "Os Sem Floresta", com meu filho mais novo, neste fim de semana. "Enquanto animais comem para viver, nós vivemos, para comer" - foi o que disse o personagem RJ, um Guaxinim - protagonista da trama.

Somos sim, capazes de viver para além disso. De SER a VIDA. 

Mas geralmente, estamos sistematicamente mecanizados, sucumbidos pelo ritmo produtivo, pelo qual somos diariamente "rebocados". Neste pano de fundo, nossos pensamentos preocupados nos distanciam de experimentar a fluidez natural e não alegórica.

Que horizonte é esse nosso que, em perspectiva, nos convence que a melhor vida só acontecerá no prazer da comida ou no projeto do amanhã?

Discursamos sobre felicidade e harmonia. Planejamos e militamos por essas aspirações. Mas nosso ritmo presente preenche a paz interior, ou só a projetamos para depois? Como estamos, e pelo que estamos de verdade? O que estamos fazendo por aqui?

Segundo a WWF, em 2023, a humanidade consumiu 1.7 planetas Terra. Nosso ritmo, pautado num sistema desenfreado de consumo, arrisca a capacidade de gerar e preservar os recursos naturais sobreviventes. O Instituto Global Footprint Network salienta que esse comprometimento da biocapacidade planetária, se concentra em 8 países.

Comida além do necessário, consumo além do necessário, acumulo além do necessário. 

Reproduzimos padrões, pensamentos, modos de vida, influenciados pelo perfil constituído, coletivamente. Colecionamos comportamentos involuntários, pretensiosamente, ou não. Somos geradores de necessidades e ansiedade. Cedemos as nuances que minam nossa saúde mental. 

Mas podemos reconfigurar.

A proposta hoje é pela elevação da qualidade de vida. O êxito é conquistado quando somos experts na habilidade de viver atentamente. Voluntariamente. Acordar se dando conta: existo. Olhar-se, experimentar os sons do ambiente e visualizar as outras faces de quem divide a rotina. Comer e saborear. Pisar e estar ao mesmo instante. Apenas primeiros passos.

Mas se este torna seu passo hoje, e se repete amanha e depois, a leveza retribuirá. A gente não quer só a comida cantada por Arnaldo Antunes. Quer a arte da vida, também.

Contatos para palestras: 21 9 8173-6660

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Fontes acessadas para este artigo: