O que a fumaça esconde
A força de uma escolha determina resultados. Segundo a OPAS , mais de 8 milhões de vidas por ano são perdidas por conta do uso do tabaco, o que compromete não somente a saúde de quem consome, mas também de quem convive, além dos estragos causados no planeta, como a devastação para produção deste insumo, comprometimento do ar e contribuição para elevação da temperatura global. Esse vício geralmente máscara tantas outras origens. Será mesmo que basta expor cartazes de combate ao fumo? Expor com empatia este assunto, trará força de consciência aos que desejam vencer a dependência. É plausível extirpar o fluxo desta fumaça em favor da qualidade de vida. Expanda-se. Liberte-se
Cigarro é uma droga, em todos os sentidos. O consumo da nicotina constrói no organismo uma mecânica de dependência, pelas sensações que provoca no corpo. O contato com a substância estimula mudanças no sistema nervoso central, alterando o estado emocional, provocando durante o uso, a sensação de satisfação, da mesma forma que a cocaína, heroína e álcool, ainda que em diferentes graus. Com o tempo e frequência, o usuário exige elevação de consumo para garantir as sensações. Esta recorrência, compromete a qualidade da saúde, ampliando os riscos de desenvolvimento de outras doenças crônicas, além da própria dependência, que é considerada uma patologia pela OMS, pelo CID-11.
Geralmente, o ingresso na exploração do vício ocorre na adolescência, é inicialmente estimulado pela curiosidade ou pela influência de terceiros (pessoas próximas e infelizmente a publicidade, ainda que atualmente no Brasil a propaganda direta seja proibida). O acesso facilitado ao consumo e as associações indiretas da droga ao bem estar ou status interferem na construção da imagem associada ao cigarro, que contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, além da nicotina. A manutenção deste uso que causa dependência física, psicológica e comportamental, faz com que o tabagismo seja considerado uma doença.
Vícios de qualquer gênero podem representar refúgios, fugas emocionais. Não é incomum que a prática de fumar seja uma válvula de escape para momentos de ansiedade e depressão. Quando o hábito já está incorporado na vida do paciente, em sua percepção a droga funciona como automedicação, dificultando que este ciclo cesse, interferindo na motivação para abandono do ato, ainda que o usuário conheça todos os males do uso. Por este fato e pelas sensações adquiridas ao consumo, torna-se um desafio ainda maior exterminar a dependência da nicotina.
Mas, se você acompanha essa Newsletter, já deve ter lido por aqui como manter hábitos que favorecem a qualidade de vida, que, além de garantir melhor saúde, também geram sensações que dispensam o uso de qualquer droga. O prazer que o cigarro provoca isoladamente, é garantido com a prática de atividades físicas, consumo de alimentação saudável, e construção de uma perspectiva positiva no âmbito geral da vida.
Que tal permitir-se verdadeiramente trocar um círculo vicioso por um ciclo virtuoso, em favor de maior expectativa de vida e melhor saúde (sua e de todo planeta)? Eu sei que pode não ser fácil. Mas, não deixe que a força da sua vontade esteja à mercê de uma guimba. Deixe seu bem-estar florescer longe das fumaças e das cinzas. Busque ajuda, escolha, aja. Aceite esse convite, hoje.
Fontes: OPAS / OMS / INCA