O direito de todas
Hoje elas só querem paz. Só desejam se libertar de paradigmas velados que doutrinam uma forma de viver que nem sempre traz pertencimento. Hoje elas só querem saúde. Elas desejam se apropriar de suas verdades, exprimir sua força e sua leveza, experimentar bem estar e qualidade de vida porque merecem, porque devem, porque precisam. Neste mês, a saúde da mulher colore a pauta e invade as campanhas mensais de prevenção com o tradicional outubro rosa. É neste enredo que convido o seu olhar para interligar a saúde feminina com os temas hábitos culturais, estresse e bem estar. Ser mulher significa estar imposta a viver detida em alguns padrões que podem desencadear o estresse. E qual relação dessa determinância com a longevidade feliz e saudável colhida por elas?
Não existe comprovação imediata que determina que o estresse seja causa principal do câncer, mas, pesquisadores já investigam esta associação. Indícios apontam que fatores emocionais e psicológicos elevam a produção de hormônios do estresse, o que pode expor o organismo a0 desenvolvimento não só do câncer, mas de outras patologias.
A doença central da humanidade atualmente é o estresse, que pode ser encarado como uma epidemia, um problema de saúde mundial. Pessoas de diferentes etnias, culturas, raças ou classes, experimentam angústias internas e uma prejudicial aceleração do pensamento.
E espontaneamente, chegam as recomendações para o equilíbrio integral da vida, a preocupação com a saúde plena, e uma rotina sem excessos. Não fumar, escutar música, ter uma boa alimentação e uma boa noite de sono, fazer meditação e atividade física, fazem parte desta lista. O que importa é perseguir bons hábitos que contribuam para evitar doença física, mental e emocional.
Neste mês, a saúde da mulher colore a pauta e invade as campanhas mensais de prevenção com o tradicional outubro rosa. É neste enredo que convido o seu olhar para interligar esses contextos (o câncer, o estresse e a mulher). O câncer de mama alarma e preocupa, e se dar conta desse risco, prioriza a necessidade de expandir ainda mais o tema, aprofundando a percepção de mundo e a conexão com a saúde feminina, da vida da mulher de forma global.
Caso ainda não tenha se dado conta, ser mulher significa estar imposta a viver detida em padrões culturais. É ser estimulada a tomar decisões que jamais desapontem expectativas sociais. É ser encorajada a corresponder - com o mais alto desempenho - em todos os papéis que assume, mesmo os inconscientes. É atender à modelagem tradicional de maternidade, de carreira, de beleza, e de relações.
Ela está normalmente vulneravel à severidade concentual de crenças. E se porventura, os estereótipos tradicionais previamente desenhados não forem vivenciados pela mulher na sua trajetória de vida, ela fica exposta a julgamentos. E isso pode causar sofrimento, angústia, infelicidade e estresse.
Dentro da mulher está abrigada essa incessante cobrança, e é preciso vigiá-la, para que não se transforme em peso ou medo em desapontar. Esse receio pode sim, desenvolver infelicidade. E a infelicidade anda de mãos dadas com a frustração.
Estamos todos programados: a avaliação de uma mulher bem sucedida é aquela que cumpriu seus papéis (respeitando a ordem destes fatores): Passo 1: Formou-se. Passo 2: Casou-se (ingresso e preservação do tradicional casamento - haja o que houver) . Passo 3: Teve filhos. E em paralelo, espera-se um alto escalão na carreira, uma incrível dona de casa, uma referência da estética, além da obrigatoriedade da vida conjugal, que deve ser cumprida sem questionamentos. Esta é uma tradicional visão de mundo, onde a prioridade é atender a todas essas etapas para depois, somente depois, reconhecer-se.
Se a felicidade individual estiver em comunhão com todos esses valores anteriores, a caminhada torna-se linda, a conquista alia-se aos padrões, e a plenitude acomoda-se. Mas, e se esta mulher escolheu uma forma de viver que confronta esta ordem das coisas, ou descumpre essas etapas?
Ainda que as pessoas a cada dia ousem assumir mais e mais as próprias verdades, a pressão social ainda se impõe. Muitas mulheres silenciam suas motivações para conquistar seu reconhecimento social. Julgam e são julgadas. Experimentam uma vida principalmente para não desapontar familiares, amigos e determinantes sociais.
E nesta dinâmica social da matrix, as mulheres podem desencadear sentimentos nem sempre positivos, gerando gatilhos emocionais depreciativos, reduzindo sua imunudade, facilitando o acometimento de diversas doenças.
Estar constantemente submetida às pressões sociais eleva a adrenalina, consolida traumas e frustrações, o que podem desencadear ciclos tóxicos de ansiedade e irritação. Isso tira saúde. Isso causa doenças. Dores emocionais podem evoluir para dores físicas. E manejar de forma consciente as pressões psicológicas, sejam de origem pessoal ou social, deve acontecer, para desengatilhar um ciclo vicioso que há milênios perpetuamos.
Não há melhor forma de cuidar da saúde do que olhar para dentro de si. Não há nada de errado quando você prioriza estar bem consigo mesmo, estar em paz, e iluminar os próprios processos. O bem estar reside em tudo o que há: no ambiente, nas pessoas, nas escolhas, em você. Equilibrar todo este enredo, provoca boa saúde, e transforma a sua vida, numa boa vida.
Então, como reflexão do dia fica a ideia de permitir-se, viver sem medo. Estar determinada a ser você mesmo. Viver sua força e suas próprias verdades, sem submissão a julgamentos. Respeitar a própria essência. Ter leveza. Ser mulher é ter vitalidade, é ser saúde, é ter autenticidade. Assuma este poder e eleve a condução da própria vida.