No Pain, Much Gain
As campanhas de prevenção de fevereiro, trazem dois tons para simbolizar a conscientização de quatro patologias. O roxo, pelas doenças de Fibromialgia, Lupus e Alzheimer, e laranja, pela Leucemia. As próximas edições desta Newsletter, trarão informações sobre cada diagnostico e iniciativas de cuidado. Abrimos a semana com a pauta sobre a Fibromialgia, uma síndrome crônica, com causa desconhecida, caracterizada por dores que podem afetar várias regiões do corpo. Conheceremos mais sobre esta enfermidade e falaremos de prevenção, convidando para a reflexão sobre comportamentos e saúde do corpo.
A Fibromialgia é uma doença ainda envolta por muitas linhas de pesquisas, já que a sua causa determinante ainda é indefinida. Trata-se de uma síndrome crônica, que afeta diferentes áreas do corpo, com dores generalizadas, principalmente na musculatura.
Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina, foi tema da capa da Revista Internacional - Neural Regeneration Research - em julho do ano passado, por conta de seu projeto de estudo para uma nova linha de tratamento. Um medicamento utilizado para tratar a doença de Parkinson (Pramipexol), mostrou ser uma possibilidade (os resultados foram positivos na progressão da doença em animais de laboratório). Muitos estudos estão em andamento ao redor do mundo, na intenção de conquistar tratamentos mais eficazes para a doença. Pelo fato de sua manifestação difusa, a oferta de medicamentos ainda apresenta restrita eficácia.
Em apontamento da própria Universidade, revela-se que a fibromialgia acomete de 2 a 22% da população de todo o mundo, indicando maior predominância em mulheres. No Brasil, a patologia é a segunda maior causa de doença reumatológica depois da osteoartrose.
Os principais critérios clínicos para traçar o diagnostico, levam em consideração o tempo de persistência das dores (mais de 3 meses), como também pontos dolorosos da musculatura (11 entre 18 preestabelecidos), segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Normalmente, o paciente relata além das dores no corpo, sintomas como insônia e cansaço, podendo ocorrer, ainda que, com menor frequência, a presença de fatores psicológicos, como lapsos de memória, ansiedade e depressão. Trata-se de uma conclusão diagnostica por vezes dolorosa para o paciente, já que exames geralmente não revelam a causa, o que pode protelar a definição do quadro.
Os tratamentos atuais buscam aliviar as dores através de intervenções que melhorem a qualidade do indivíduo, com linhas medicamentosas e clinicas, mas ainda não há cura estabelecida.
Como medidas preventivas para evitar a manifestação deste quadro, recomenda-se a adoção de praticas saudáveis, como a realização de atividades físicas regulares e alimentação balanceada. O estilo de vida que prioriza o bem estar, reduz o surgimento desta e de tantas outras doenças, o que por mais uma vez nos coloca frente a frente com a reflexão sobre uma cultura de bem estar, recomendação de todo especialista.
A associação entre longevidade e enfermidade só existira se permitirmos. Evitar doenças é catalogar uma existência não somente mais longa, mas também leve de se viver. Neste caso, não se aplica o ditado, "No pain, no gain". É possível evitar a dor. Cuide-se.
Fontes: Sociedade Brasileira de Reumatologia / Ministério da Saúde / Ministério da Educação / Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina