Mulher Saudavel Maturidade Feliz
Mulher é forte. E ponto. Esse foi mais um lugar que nos designaram, e que foi preciso aprender ocupar. Mas, reconhecer nossas fragilidades, nos permite existir de forma mais genuína, inclusive para viver de maneira mais apropriada, nosso envelhecimento. Fragilidade, não é fraqueza. É a força, no autoconhecimento. Tenho 40 anos. A idade que intitulam como "metade da vida". E neste meu primeiro ato, tive a oportunidade de vivenciar muitos papéis que a sociedade determina ser o "lugar da mulher". Em conversa com um grupo de amigas neste fim de semana, falamos a respeito destas etapas, e de como somos reféns de imposições culturais. De como a vida é finita, e breve. Como escolher então, viver a próxima etapa?Ou até uma nova vida? Independente de que posição numeral sua idade ocupa, agora. Olhar para dentro, também é um caminho de riqueza individual do bem-estar. A mulher pode sim escolher o que é melhor para sua saúde e para a própria vida. Esta e uma valiosa percepção do processo de envelhecimento saudável. Hoje a pauta, é sobre nós, mulheres. Mas o convite dessa reflexão, são para todos que as reconhecem, e que a desejam, bem.
Hoje, sem trazer métricas, pesquisas ou indicadores, extravaso esses pensamentos, apenas com a intençao de contextualizar um prisma sobre o que significa ser uma mulher social, a caminho da sua jornada de envelhecimento.
Você tem medo? Medo de envelhecer?
Há uma lei intrínseca, de nossa existência, que se refere à ação, e reação. Esta dinâmica, se aplica a todos os termos da vida. E em paralelo a isso, também experimentamos nossa inevitável finitude. E nesse intervalo – que é a vida – há um meio (comum ou não), de "sobreviver".
Já nascemos dando passos para uma contagem progressiva do envelhecimento. E como agir e reagir nessa constatação?
Como se posicionar nessa jornada da vida? Principalmente a mulher – que carrega alguns receios de aceitação social, principalmente após atravessar a linha da "meia idade".
Temos responsabilidades e jornadas múltiplas. A "mulher aguenta", é o que dizem por aí.
Cada vez mais funções, mais responsabilidades, mais compromissos. E mais culpa, mais cobrança, mais julgamentos e imposições, além das preocupações inerentes do nosso envelhecer.
Como fica então nossa ascensão para a maturidade? Que horas cuidamos de nós mesmas, e da nossa saúde? Que horas expressamos nossa essência? Estamos felizes? Realizamos nossos verdadeiros sonhos?
Como viver a próxima etapa mais centrada, menos estressada, mais realizada, menos cansada, mais produtiva, menos explorada? Mais plena, leve, satisfeita e feliz?
É preciso muita sabedoria.
Sabedoria para não ceder a protocolos sociais que firam nossas verdades. Força, ao olhar para a própria jornada, selecionando quais batalhas valem de fato travar. Compreender os próprios limites. Ter clareza sobre os sentimentos, defender ideias e ideais, sem negociar os próprios valores. Não permitir que circunstâncias externas, coloquem em risco a própria saúde – mental ou física. Eleger-se como bem maior da própria existência.
É preciso escolher, com lucidez.
Quando amadurecemos, as decisões, naturalmente, se fortalecem na direção de quem verdadeiramente somos. O envelhecimento não é privilégio para quem passa dos 40. Na verdade, já a partir do nascimento, essa é uma condição irrefutável.
Assisti ao TED da Jane Fonda, que aos 84 anos, cita que a mulher é tratada como um "objeto da vida de outras pessoas". Porque, naturalmente, a mulher, antes de ser ela mesma, é orientada a ocupar papeis que a sociedade elegeu, e nem sempre escolhe, nem tem espaço para ser dona de si, ou de escutar as próprias motivações, atravessando uma vida de manipulação e cumprimento de função.
Mas a mulher, existe. E se torna muito mais forte, em seu processo de envelhecimento.
É possivel estar mais segura, e mais bonita. É possivel ter mais clareza sobre as oportunidades e as possibilidades. Torna-se mais possivel dizer não a abusos, de qualquer natureza ou grau. É possivel ter tempo para si mesma. É possivel, ter mais saúde.
Com a capacidade de seu "despertar" aumentada, amplia-se o domínio sobre as próprias escolhas. Apesar do inevitável processo de declínio corporal, há possibilidade de cuidar desse campo com carinho, de haver uma ascensão espiritual e consciencial. Maior liberdade. Maior autoamor. E autocuidado.
Nunca é tarde para aprender a viver melhor.
Essa é uma experiência necessária, que pode implicar em mudanças de hábitos, de comportamento, de alimentação, de estilo de vida, de pensamentos e até de círculos sociais. Promovendo escolhas, ainda que desafiadoras, novos caminhos se abrem para colocar a própria saúde no fluxo.
Como mulher, busco e penso nisso, diariamente. Podemos usar toda essa nossa força, também em favor da nossa própria vida. É mais simples que imaginamos, ouvir, a própria voz. Aquela interna, abafada por décadas, pelo meio cultural, e por crenças limitadoras. O autoconhecimento, transforma.
Saúde no fluxo.