Longevidade - Preparados?
Estamos preparados? Somos preparados? Temos no mundo, mais pessoas acima de 65 anos, do que crianças abaixo de 5 anos, desde a última década, segundo um estudo da Global Health Ageing. E a tendencia deste envelhecimento progressivo e linear está previsto, e o Brasil, é um dos países que está envelhecendo mais rapidamente. Em breve atingiremos mais de 14% da população acima desta faixa etária, segundo estudos. E nossa sociedade, está verdadeiramente pronta para a cultura senior? Direitos civis, produtos, serviços? Comportamento e saúde? Nosso corpo, nossa mente, nosso ambiente? Nossa interação - uns com os outros? Tenho uma avó, de 101 anos. Meu pai, viveu até 91. Minha mãe, já passou dos 70. Eu, pretendo que minha expectativa de vida obedeça a essa tendencia. Viver mais, mas, com qualidade de vida, lucidez, independência, felicidade, bem-estar. É possivel, desde que seja uma decisão, no hoje. Vigio sobre como pensar e como agir, para construir essa base de bem-estar constante. Escolho fazer o possível, para daqui a alguns anos, continuar experimentando uma vida segura, nutridas e saudável. E você, pensa no seu amanhã? Vamos conversar hoje, sobre nossa longevidade. Temos a segunda feira, e esta nova chance.
Nós surgimos - homo sapiens - há aproximadamente, 300 mil anos, na África. Fazíamos parte, da natureza. E nossa espécie evoluiu, se adaptou, se transformou, desenvolveu. Nossos genomas, foram selecionados, para a adequação de nossa espécie ao meio ambiente. Atravessamos muitas eras, até ocupar a posição de homem moderno. Mas, o que ganhamos, e o que perdemos, até aqui?
Nossa população, cresceu. Nos adaptamos ao clima, migramos, agrupamos, caçamos, armazenamos, habitamos diferentes continentes. Comíamos a princípio, quando tínhamos fome. Somos sobreviventes a guerras, e a desastres naturais.
E hoje, todos os dias, travamos uma batalha individual de sobrevivência à toda modernidade que conquistamos.
Temos atualmente, como crises mundiais, desafios da espécie moderna: estresse, doenças crônicas provenientes de hábitos, doenças cardiovasculares como maior causa de morte no mundo. Adoecimentos pautados por um ritmo de vida baseado no excesso, no consumo, no egoísmo, na solidão, na velocidade, na competição, no prazer desmedido, no acumulo vazio de riquezas.
Nossos costumes, se refinaram.... (?) E, ao longo de nossa caminhada de evolução, nos constituímos como seres com altos índices de colesterol, menos ativos, mais obesos, dependentes de artimanhas tecnológicas para "facilitar" nossas vidas, contribuindo para o distanciamento do natural, da supervalorização do material, expansão do sedentarismo e todas doenças da modernidade.
Então, como blindar nossa longevidade saudável deste ambiente moderno, e usa-lo a nosso favor? Questionando sempre, todas facilidades elegidas pelo senso comum.
- A alimentação rápida, congelada, processada, é a mais saudável?
- O deslocamento veicular, é sempre a melhor opção?
- É na tecnologia que reside a melhor opção de interações humanas?
- É na urbanização que sempre encontraremos as soluções mais adequadas?
Comemos mais, em maior frequência e menor qualidade. Caminhamos menos. Construímos mais contatos e menos relações. Estamos mais adaptados aos arranha-céus, do que a natureza.
Saúde, é movimento, é conexão humana, é profundidade de laços e sentimentos, é interação e conservação do meio ambiente, é reconhecer o valor do que nasce da terra, especialmente para que você e eu recebamos uma nutrição segura.
Parece simples.
Mas na prática, não é fácil quebrar o tal padrão. Eliminar o modelo que nos fez reféns de um ritmo acelerado e enquadrado, que nos faz sobreviver, ao invés de viver. Que nos furta, tempo.
Um tempo essencial para refletirmos. Para saírmos da caixa toxica, da ciranda viciosa, que nos aprisiona numa rotina que constrói longevidade fragil.
Pois pode até ser possivel ultrapassar a expectativa de vida média, de 76 anos (dados IBGE). Mas em que condições estaremos?
Lúcidos? Autônomos? Satisfeitos? Saudáveis? Bem-humorados? Felizes? Não adianta só viver bastante. Precisamos viver naturalmente, bem.
Há notícias de que é um brasileiro, o homem mais velho do mundo. Sr. Andrelino Vieira da Silva, completou em fevereiro deste ano, 122 anos, ocupando todos esses atributos. Qual será seu segredo de longevidade?
Não faltam teorias para recomendar boas práticas de envelhecimento. A revisão de hábitos alimentares, práticas de atividades físicas, maior adaptação a situação de estresse, senso de utilidade e pertencimento.
Mas acredite: é na relação com o outro que mora o valioso segredo para nossa longevidade.
A interação social tem um grande impacto na nossa existência e no tempo dela, porque é através de nossas relações, que somos capazes de perpetuar a nossa espécie. Quando cuidamos uns dos outros, somos capazes de trocar cuidado. E quando promovemos mudanças em grupo, podemos tambem melhorar nossos hábitos. No cloetivo, é mais possivel ser saudável.
Nos recuperamos melhor de situações de crise ou de saúde, quando temos com quem compartilhar um momento. Somos mais fortes, quando estamos emocionalmente acolhidos. Temos maior capacidade de mudar e regenerar, quando temos a confirmação ou apoio de alguém.
Não só alimentos nutrem. Pessoas nutrem-se umas das outras, também. É no amor, que mora nossa saúde e nossa longevidade.
Então, como dica de segunda, dedico a minha intenção para que tenhamos melhores práticas alimentares, esportivas, emocionais, mentais. Mas, principalmente, que estejamos com pessoas que nutram a nossa vida de maneira especial, e topem conosco esse desafio de chegarmos mais longe e de sermos mais feliz.
Com um amor preocupado e fratermo, que todos nós deviamos ter, uns pelos outros, sempre. Pois não há maior natureza, que na própria humanidade.