Honra de Gênero
"Dizem que a mulher é sexo frágil...mas que mentira absurda!" Canta Erasmo, na abertura de sua canção que exalta a força da mulher. E não há como discordar. É desta força que nascem histórias tão magníficas de superação e aprendizado, que influenciam as vidas que se interligam a partir dela. No artigo de hoje a mulher é destaque, juntamente com a importância da preservação de sua própria saúde. Afinal, nossa força se nutre da própria vida, que deve permanecer continuamente salutar. Esse artigo é repleto de orgulho de gênero, consciência em prevenção. Parabéns, mulher!
Sejam quais forem as funções exercidas na vida, geralmente figuramos muitas responsabilidades. Isso já seria determinante para atribuir à mulher maior gentileza social e respeito.
Ainda persiste o desafio de eliminar a discrepância de direitos quando pensamos em igualdade de gênero. Apesar de observarmos sinais de avanço na emancipação feminina dentro da sociedade, no ponto de vista cultural e prático, ainda experimentamos desigualdades dentro de empresas, e até dentro dos lares. Ainda somos subjugadas e reféns de olhares historicamente machistas.
O extermínio deste comportamento depende da evolução contínua de direitos e do despertar para essa expansão de consciência por parte de toda sociedade. A violência contra a mulher ainda parece admissível, como também o assédio moral e sexual, a diferenciação salarial e de carreira, a herança de crenças inadequadas sobre as posições e obrigações da mulher dentro da dinâmica profissional, conjugal, familiar e social. São muitos obstáculos morais e culturais, que precisam ser transpostos em todas as classes. Ainda há uma longa caminhada.
O dia 08 é reservado para homenagens, mas que o tenhamos como um dia particular de reflexão, sobre a posição da mulher, suas lutas, direitos e conquistas na história.
Segundo dados do IPEA na última aferição (2019), a quantidade de mulheres entre 17 e 70 anos empregadas no Brasil passou de 56.1% em 1992 para 61,6% em 2015, com projeção para atingir 64,3% no ano de 2030. Mas, as mulheres ganham em torno de 18% a menos que os homens nos mesmos cargos, segundo o IBGE. A esfera produtiva é uma referência para expor a depreciação da mulher e o preconceito que ainda a submete à lutar por seu reconhecimento.
Esses indicadores crescentes sobre a participação da mulher no mercado de trabalho, refletem sua tomada de decisão em favor da própria independência, e também pela intenção de fortalecer a renda familiar. A mulher reconstrói seu planejamento de vida acrescentando a carreira às suas atribuições "oficiais", determinadas culturalmente (de constituição familiar, gerenciamento do lar, educação dos filhos). Além disso, também busca aprimorar sua capacitação acadêmica, para ampliar suas oportunidades profissionais.
Diante da reunião de tantos âmbitos, a mulher foi destinada a exercer muitas competências, naturalmente ampliando suas jornadas, elevando o seu desgaste. Agora o corpo da mulher exige não somente a reprodução de filhos e cuidados com o lar e família, mas a produção de renda e a administração de todos os núcleos estruturais que compõe. Com isso, a sua exposição a incidentes de estresse aumentou, como também a depreciação da sua própria saúde.
As mulheres vivem mais e adoecem mais, ficando mais expostas a fatores prejudiciais à saúde, também por conta de seu ritmo de vida e das características culturais e sociais a que estão sujeitas. Programas que exaltem os cuidados preventivos para o gênero, devem ocupar genuinamente a pauta de interesses nas empresas e no consciente coletivo. Devem alastrar-se as iniciativas públicas e privadas de atenção à saúde feminina.
Especialmente este mês, a campanha março lilás é dedicada a elas, e destaca a prevenção ao câncer de colo do útero. Trata-se do terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina no Brasil, segundo dados do INCA. A identificação precoce pode ocorrer através do exame preventivo, realizado anualmente em consulta com o ginecologista.
Mas garanto não ser incomum ouvir de uma mulher que ela ainda não realizou seu check up por falta de tempo. E esse descuido pode estar associado à decisão de elencar outras prioridades, seja da família, filhos, do trabalho, ou da casa. Por vezes, a própria saúde fica para depois.
O convite de hoje desafia as mulheres à uma auto reflexão sobre as próprias escolhas e prioridades. Sobre eleger o bem estar pessoal ao topo dos compromissos. Que tenhamos a iniciativa de suspender qualquer medida que prorrogue nossa qualidade de vida e de saúde. E que haja amparo politico, publico, econômico, para viabilizar uma saúde qualitativa à mulher e toda sociedade.
Façamos desta data. um dia especial de verdade. Que além de homenagens ou flores, possamos decidir pelo que nos torna mais saudáveis, mais felizes e mais representadas. Que tenhamos cada vez mais força para exaltar a importância de nosso protagonismo, com respeito às vulnerabilidades, e fortalecimento de direitos, em todos os eixos sociais. E que a nossa vitalidade esteja em dia para conquistas ainda maiores.
Que a Mulher, seja sempre solar e salutar. E que as águas de março lavem nossas almas, iluminem nossa caminhada e nos engrandeça permitindo a igualdade e equidade que precisamos transcender. Parabéns mulheres. Cuidem-se, previnem-se, Nossa força está na vida.