Em quais mãos?

19/01/2024

A adequação no mundo é um desafio para todos.O estresse e a ansiedade se originam muitas vezes pela angustia de não pertencimento. São tantas as categorias a serem atendidas... Tantos ditames e padrões... O enquadramento social, e as expectativas externas, oprimem a manifestação até dos mais experientes.A experimentação é diária quando o assunto é pertencimento, autoconhecimento e bem-estar emocional. Numa cultura onde determinados estereótipos são vinculados ao sentimento de sucesso ou fracasso, a voz interior, por vezes se cala, para atender as classificações comuns, e "permitidas".Janeiro Branco, saúde mental.Numa dinâmica onde todos nós precisamos estabelecer o refinamento intimo de nossa satisfação, como ficam os nossos adolescentes, bombardeados por referencias rasas, excesso de tecnologia, bulling, e alto valorização a opiniões alheiras, além da explosão de hormônios e a necessidade de autoafirmação, e consolidação da identidade, provenientes da transição para a fase adulta? No artigo de hoje, vamos submeter nossos olhares aos nosso jovens e sua saúde mental, abalada pelo distanciamento de referencias positivas. O que podemos fazer para redesenhar esse panorama e para a consolidação da própria vida?

O ingresso na adolescência, representa um movimento apropriação de si mesmo. E essa transição para a fase adulta, está exposta a um ambiente emocionalmente tempestivo. O processo de amadurecimento pessoal, se confronta com desafios modernos de alta vulnerabilidade e sentimentos de angustia. Nessa dinâmica é alta a incidência de jovens ansiosos, tristes, deprimidos, com baixa resistência para enfrentamento de adversidades.

Segundo a OPAS, a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes. Numa apuração mundial, uma em cada seis pessoas com o diagnostico, possui entre 10 e 19 anos.

Mas o que estimula esse alto índice?

Jovens, estão excessivamente expostos a conteúdos digitais, uma simples coincidência?

A relação com as mídias sociais, jogos, e todas as distrações tecnológicas, lideram a ocupação do tempo dos nossos adolescentes. E fazem com que substituam vivencias diretas, por interações exclusivamente virtuais. O uso demasiado furta as horas de sono, experiencias de qualidade com a família e amigos, reduz o interesse pela leitura, interfere na concentração e memorização, abala o interesse pedagógico, restringe o desenvolvimento de auto-observação, da atenção plena, além de supervalorização da imagem, abalando princípios essenciais na construção de valores morais.

Certamente, a tecnologia é uma ferramenta poderosa. E da mesma maneira que nos propõe recursos indispensáveis para o nosso desenvolvimento, também nos desafia a equilibrar essa representação em nossas vidas. Desafiador para adultos, e muito mais, para adolescentes, que buscam referências, reconhecimento e individuação.

A tecnologia pode, se assim permitirmos, ser um gatilho para o desenvolvimento da depressão. O uso não moderado, constrói uma dependência viciosa, retroalimentando sintomas de ansiedade.

A adolescência é um campo de experimento para a vida adulta. E ainda que seja desafiador, estabelecer um dialogo aberto com os jovens nessa fase em que o duelo de hormônios e as afirmações de self lideram as personalidades, é primordial.

Cabe aos responsáveis parentais, estabelecer essa intermediação, para orientar, e determinar limites saudáveis, encorajando os jovens a vivenciar a si mesmo, a partir da sua realidade, valorizando a simplicidade e os detalhes da vida, estimulando que se apropriem de outras fonte de conhecimento.

Que tenhamos a nossa mente, sempre sob o nosso próprio controle. Sempre em nossas mãos. 

E através da nossa conexão interior, ser possível reconhecermos que o bem estar mental e a felicidade, emergem do nosso próprio eu. Conscientes, nos tornamos mais preparados para estabelecer qualquer outra conexão, com moderação, saúde, e fluxo.

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