Dia da Infância

22/08/2024

Na infância, esculpimos o ser. Quem foi você, na infância? Quem é você, hojeEnquanto pequenos, modelamos o que capturamos - pelo olhar, paladar, ouvidos. Por todos os sentidos. No corpo, guardaremos as experiências que nos ofertaram, e que contribuíram para o nosso jeito de ser, nossas preferências, nossas lembranças. No Brasil, é considerada infância o período até 12 anos de idade. E na primeira etapa deste tempo, há uma "janela de oportunidade" para o desenvolvimento mais profundo da criança, no que tange sua estrutura emocional, cognitiva, neural, social. Ambientes e pessoas que nos cercavam, dentre estímulos incontáveis, foram colaboradores voluntários ou não, para arquitetura de nossas emoções, para a forma como pensamos, e como se manifestaram nossos comportamentos ao longo da vida e da nossa saúde também, além da genética. Todas as referências que recebemos ajudaram a delinear nossas preferências, nossos valores. Nossas escolhas na vida adulta. Desde o que comemos, como nos sentimos e agimos. No próximo dia 24 - comemora-se o dia da infância. Nesta semana, o convite é a memória e talvez a mudança - revisitando a primeira etapa da nossa vida. O que mudaríamos se possível fosse? O que você teria feito diferente por você, nesta época? O que é possível fazer para que as crianças do hoje, tenham melhores oportunidades e mais saúde?

Da ciência à experiência. Do DNA à vivência. Tudo é objeto na composição de quem somos. E é na infância, que nossa estrutura neural e social se constrói profundamente.

Da alegria à paciência, da disponibilidade ao compromisso, do brincar ao suprimento. Completamente dependente e curiosa, a criança clama por cuidados, por amor, por atenção e pela descoberta. Ouvidos atentos, olhares presentes. Ela não tem apego nem ao passado, nem ao futuro. Recebe com intensidade o exato instante, para ela, é o exclusivo agora que existe.

O que presenciam e escutam, marca suas memórias. De trejeitos, a reações que observam no outro. Como as pessoas ao seu redor se tratam e a tratam. O que é importante para as pessoas, sejam pais, cuidadores, colegas da escola, mídias, parentes ou professores Tudo passa a ser importante para ela também. O que dizem, como dizem. O que comem e o que a ela oferecem. Se existe amor, calma, brincadeiras, se existe saúde alimentar, emocional, e física.

Cada um de nós existe de maneira singular, mas complexa. E temos nossas tendências, nossa profundeza. Mas é incontestável a afirmação sobre como o meio em que vivemos e as pessoas que nos amparam, são influenciadoras da nossa individualidade. De cada universo pessoal.

Lapidamos ou agravamos alguma natureza interior. Desencadeamos saúde, ou doença.

Criança é composição social. Formada por diversas categorias culturais e por diversas pessoas, células e ambientes. Assim somos. Passivas ao recebimento de qualquer conteúdo, seja ou não favorável à história de vida. E assim, experiências se realizam, e pode provocar traumas, ou incentivar bons valores, promover saúde, tristeza e felicidade.

O que pronunciam as editorias, como anda nosso mundo, e o das crianças, afinal?

  • 20% das famílias não estabelecem regras para consumo de açúcar dentro de casa
  • Registros de ansiedade entre crianças e jovens superam os de adultos pela 1ª vez no Brasil
  • Crianças hoje brincam menos do que seus avós brincavam, aponta pesquisa
  • Psicóloga alerta sobre uso excessivo das telas por crianças
  • Cultura do castigo fisico segue arraigada no Brasil
  • Na era do "Consumir para Ser", é possível criar crianças anti-consumistas?

Refletimos o que recebemos.

De incentivos, a motivações e bons exemplos. Mas também marcas e expectativas de quem guiou nossos passos. Hoje influenciamos as gerações seguintes. Os hábitos que constroem ou não, bem estar, alegria e boa saúde - física, mental, emocional e espiritual.

A autoavaliação é diaria. Por nós mesmos e por elas. Pelo mundo que construímos.

Que a consciência cuidadosa transforme o que for preciso: tanto para repaginar resultados individuais, como para comover positivamente as crianças que cercam nossos dias.

Uma infância adequada constrói adultos fortalecidos e uma sociedade mais humana, mais cooperativa, mais empenhada a dedicar-se a conservação de si mesmo, e do coletivo.

Que possamos conceber e reconstruir nosso mundo interior e o mundo de cada criança. Que assim aconteçam melhores chances, momentos, resultados e oportunidades.

Que todas possam brincar, experimentar de forma assegurada, seu existir. Por um hoje e um amanha mais feliz e saudável.

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