Da Nomofobia ao Burnout Digital, o que nos falta é Natureza!

24/09/2024

Qual a representação da internet na sua vida? Você fica bem, caso esqueça seu celular em casa, ou retorna de onde esteja para buscá-lo? Você desliga o celular ao dormir? Enquanto realiza suas refeições, está conectado? Seu olhar e sua escuta são mantidos em conexão constante? De forma generalizada, a humanidade contemporânea recebe uma quantidade extraordinária de estímulos. Nossas mentes são irrigadas com sensações de êxtase ou cansaço, experiências de abstinência e exaustão. Viciados, ou, fatigados, acomodamos sintomas, numa maneira de vida que compromete o nosso estado de bem-estar. O artigo de hoje é uma reflexão sobre nosso modo de vida ultra digital e sobre os movimentos extremos a que somos submetidos, mas ainda assim, ignoramos. Informações, em qual medida? Fotos, opiniões e exposições na vida digital, em qual medida? Qual sua opinião a respeito? Boa leitura.

Nos dissociamos da convivência presencial, em boa parte. Ainda que nem sempre, em algum momento já desviamos do olhar e do momento com amigos, com a família, com a natureza, e até já abrimos mão do próprio descanso, para garantir a presença online. Será mesmo que o conteúdo ou acesso era tão mais interessante ou urgente? A que medida nós desconectamos a nossa vida prática da nossa interioridade?

É paradoxal essa conexão que nos desconecta.

No centro desse fragmento online e particular, o cérebro, viciado e exaurido dessa profusão de experiências digitais, empobrece e perde muitas capacidades. No longo prazo, pode prejudicar a memória, a concentração e a aptidão reflexiva. A comodidade oferecida por essa Rede Universal é tamanha, e compromete assim, a nossa seletividade. Ele nos distanciou da qualidade, entornando quantidade de conhecimentos muitas vezes vazios, que sequer escolhemos consumir.

Será que estamos conscientes dessa vida que acontece remotamente? Nos lembramos da vida que acontece aqui, do lado de fora? Percebemos que esse planeta que habitamos, atravessa o momento mais delicado em sua sustentabilidade? Nos damos conta do banimento da preservação - da natureza, das relações, dos valores morais, da saúde, de nós mesmos?

Nossa psique não descansa adequadamente. Vivemos na ante sala dos adoecimentos. O que precisamos compreender que ainda não conseguimos? O que precisamos perceber?

A saúde coletiva está em ebulição. Alcança altíssimos indicadores de ansiedade, nas mais variadas configurações, e, nesse contexto, enfermidades associadas. Nomeiam de nomofobia: "o medo irracional de ficar sem celular ou de não conseguir usá-lo por falta de bateria ou internet". Nomeiam de Burnout Digital: "o esgotamento extremo, tanto físico quanto mental, provocado pela constante conectividade e exposição prolongada a dispositivos eletrônicos"

E se nos desligarmos completamente, por algumas horas? Se concedermos a esse mundo virtual travar, para que o nosso, possa acontecer com liberdade e vida?

Perceber e sentir no mundo real, nos permite experimentar a vida acolhendo quem somos e quem amamos - com a devida atenção. Também estaremos mais disponíveis para conviver com a natureza e a tratarmos com mais respeito. Trata-se de qualidade de vida, mas além disso, trata-se da validação da nossa identidade desprovida de likes, do equilíbrio existencial.

Desconectar talvez seja uma grande oportunidade de considerar o valor da vida, de perceber seus detalhes e de atenuar quadros de saúde mental. Tente pela sua natureza.

A sugestão é se conectar só com o que é essencial. Para além do sobreviver. Para o que for, exclusivamente, humano, até que o cansaço, ou dependência dessa teia, não domine mais você.

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