Avós e a nova perspectiva

27/07/2022

Elimine aquela imagem estereotipada da cadeira de balanço e do crochê. A longevidade carrega uma alma cheia de sonhos e anseios por realizá-los. A realidade da maioria dos avós, é presentear a família e principalmente os netos com amor e doação. Mas além disso, hoje, os avós buscam o reencontro com o próprio existir, com a preservação da sua autonomia e com o desejo frequente de se permitir a recomeços. A idade não pode pesar. Ontem foi dia de homenagear os avós. Olhei cuidadosamente para a minha mãe: mulher de 70 que deseja retomar os estudos, voltar a trabalhar, é ativa, e cheia de necessidade de viver. Sua rotina é regida por sua própria lucidez. Devo à ela grande parte do meu sucesso na vida. Ela é a principal peça na minha rede de apoio. E ela se cuida, mantém bons hábitos de saúde, e merece experimentar de forma grandiosa sua longevidade. Permitir que os avós liderem suas próprias escolhas, fortalece o rejuvenescimento da alma e permite que a moeda mais valiosa (o tempo), seja experimentada com unicidade e liberdade. Parabéns aos avós, que cada vez mais transcendem as próprias vulnerabilidades, mudando a performance da própria vida, comprovando que a faixa etária existe somente para contabilizar a experiência por aqui. A idade vivida é aquela que se decide exprimir.

Ontem foi dias dos avós, o que estimulou o tema de hoje sobre longevidade. Precisamos contemplá-los em nova perspectiva. Nossa sociedade vive mais e envelhece, mas, a discussão ainda precisa revolucionar muitos paradigmas. Apesar do caminho ter sido iniciado, ainda há uma estrada longa e importante para fortalecer esta pauta. Mas, felizmente o assunto atualmente é mais dito, melhor aceito e ouvido em ambientes sociais.

A expectativa de vida aumentou, alterando nossa visão sobre o envelhecer. Hoje não cabe mais, seja nas crenças ultrapassadas, ou nas imposições culturais, pensar de forma depreciativa sobre a velhice. Envelhecer é prolongar a história, abrindo novas lacunas e oportunidades. É viver.

O desenvolvimento nos permitiu aprimorar o controle de mortes precoces, melhorar o cuidado com saúde e com a vida, o que estendeu nossa permanência por aqui. Mas, para fazer frente ao prolongamento da vida, é preciso alimentar os cuidados contínuos com a saúde e com o bem estar.

Essa preocupação deve residir no hoje, para que a melhor idade seja experimentada de maneira integral. O cuidado deve estar no radar, precocemente. Pelo hoje e pelo amanhã. Quando olhamos para o mundo, nos deparamos com estimativas de alcançar 3,1 bilhões de pessoas acima de 60 anos, em 2100, segundo estudo populacional da ONU. Estruturar hábitos que sustentem a qualidade de vida formará uma sociedade mais preparada para ampliar a vida e todas as experiências.

Me orgulho em revelar que tenho uma avó centenária, e lúcida. A fórmula "mágica" para preservá-la por um século, tem a contribuição de suas escolhas nos anos que antecederam este marco. Ainda com as limitações inerentes do desgaste dos anos, ela estabelece sua existência interagindo com seu redor de forma consciente.

Esse é o segredo do despertar. Seja qual for a geração, reinventar seu ciclo de vida, com o desafio de superar-se. Superar as expectativas quando o tema for longevidade e qualidade de vida. Cuidar-se. Assim, será leve "ter idade". E isto é um privilégio. Edificar-se além da marcação de dias. Independente de ser ou não avós, manifestar o que se deseja em posse da sabedoria que os anos construíram. Em posse da saúde que se decidiu preservar.

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