Aliança entre Mata e Felicidade
Duas datas me convidaram à esta pauta semanal:ontem, dia 20 - Dia Internacional da Felicidade, e hoje, dia 21 - Dia Internacional da Floresta. Decidi reunir os dois temas aqui, afinal, existe uma relação intrínseca entre elas: a mata e nossa sensação de bem-estar. Há uma interdependência entre nós e os ambientes naturais. Mas, lamentavelmente, esta relação está em crise. A natureza carece de atitudes ambientais mais responsáveis, iniciativas conscientes, equilibradas e preservativas. Porque se a natureza desequilibra, igualmente, nós também. A natureza é essencial para a perenidade da nossa espécie e para a sustentação do planeta. E como nos relacionamos com ela, determina a maneira como nos sentimos, como nos comportamos e reagimos. Por outro lado, a natureza, também. Trata-se de uma relação entre iguais. Então por quais motivos não promovemos atitudes mais responsáveis? Mesmo que estejamos na era dos colapsos climáticos, persistimos no desmatamento, na elevação de queimadas, na extinção de espécies animais e vegetais, na poluição, e em explorações inconsequentes do ecossistema. É preciso trilhar um novo caminho, pelos novos tempos. Acesse o artigo de hoje e se junte nesse movimento reflexivo, por melhores desfechos de saúde individual e global. Porque o problema não é só na Amazônia. Ele está no "nosso quintal".
No último final de semana, perdi quatro amigas.
Moro no Rio de Janeiro, e, apesar das elevadas temperaturas tropicais, favoreço-me um clima mais fresco, por conta da proximidade à Serra. Mas, ao caminhar pela minha rua no último sábado, me deparei com cenários de devastação. Não se tratava de poda, mas, do extermínio de quatro árvores de porte. Meu filho de 5 anos caminhava comigo, juntos lamentamos. Ele também colherá os efeitos diretos dessa perda.
Busquei informações nas redondezas, e a alegação se pautou na violência.
"As calçadas precisam estar mais seguras. À noite, as copas impediam a iluminação." .... Como se já não bastasse o limitado contato com o verde, e o amplo contato com a violência. Estou certa de que soluções mais sustentáveis e coerentes poderiam evitar tais soluções - imediatas, e igualmente violentas e desprovidas de estratégia.
Esse episódio frustrante demonstra como o homem reage modificando o seu ambiente, com seus comportamentos inadvertidos. Crises sociais, se tornam crises ambientais. E perdemos todos, vantagens tão determinantes para a qualidade da saúde, do bem-estar e da vida por completo.
De imediato, menos sombra, mais calor. E será mesmo que a "morte" dessas árvores garantirá a suspensão dessa tal violência urbana?
Há 3 anos atrás, o (PDAU RIO - Plano Diretor de Arborização Urbana), mostrou em seus dados, que o Rio deveria ter quase que o dobro de árvores em logradouros (um déficit de quase 800 mil arvores). O plano, de quase 500 páginas, foi aprovado pelo Decreto nº 42.685/2016, e previa ações para os 10 anos seguintes. Mas de imediato, parece carecer de uma fiscalização mais incisiva.
https://www.rio.rj.gov.br/web/fpj/plano-diretor-de-arborizacao-urbana
Segundo a ONU, as florestas cobrem 31% da área terrestre global, sendo responsáveis pelo fornecimento de ar e água limpos, um construto de boa parte da biodiversidade do planeta. É grande o desafio de preservação desse valor na Amazônia, mas ele também precisa acontecer no "quintal" das nossas casas.
Conforme o Depto de Geografia da Universidade Federal Rural (UFRRJ), a carência de árvores aumenta a poluição ambiental e cria ilhas de calor, evidenciando diferença de temperatura do solo entre bairros, que alcança 15 graus (Bangu vs Jardim Botânico), por exemplo.
Políticas públicas, sozinhas, não transformam. Mas, a consciência individual e coletiva, sim. A mobilização social apoia a valorização do tema, e evidencia a pauta para que redes de atuação se construam em favor das mudanças que queremos.
Isso se relaciona com a sua saúde, com a minha e com a das próximas gerações.
Menos verde, menos vida. Menos felicidade. Mas, podemos interromper esse refluxo, e consolidar o fluxo natural da existência, cuidando do todo, dos seres. Seja pela caneta, ou pela voz, aja como puder.